Eu Sabia
Alguma razão existia
Não que se precise de alguma razão para amar
Não! Não há
Há sim, contra-sensos
Um não querer olhar
Um desviar, um esconder-se,
Dis-far-çar
Mas do que adianta o não querer?
Se quem antes o precede já o quer
O desejo, esse moleque atrevido
Enxerga antes do que o visto
Calcula a mais do que o previsto
O que se tenta racionalizar
E não adianta mesmo o não querer
Quando córregos de sangue
São interpelados por um sopro estanque
Vindos do coração
Sinapses de tesão deixam neurônios enlouquecidos
A respiração fica ofegante
Odores saltam-se, inebriantes
E aí, meu amigo, não dá mesmo para disfarçar
E então, seu corpo sapateia
E a menina, faceira,
Passa, de um lado ao outro, a bailar
Numa noite de sexta-feira
Em passos deliciosamente trôpegos
As duas almas se tocam
Eu já sabia
Alguma razão existia
Para eu estar
Aqui
Por: Henrique Biscardi
Nenhum comentário:
Postar um comentário