quinta-feira, 26 de abril de 2012

VERNIZ


Um silêncio soprou em meus ouvidos
Palavras que meu ser me ocultou
Dar mais ouvidos ao Ego que ao Siso
Fazer o que for preciso
Para não morrer de amor

Uma brisa corta meus olhos
E fere o meu orgulho
Lágrima de despejo e alívio
Uma centelha de fogo se apagou

Larvas de vulcão adormecido
Escorrem pela montanha sem pudor
Iluminam a noite como o dia
lágrimas e luz, um arco-íris!
Esperança, aleivosia, se vingou

E a vida recomeça
Do pólen que se desprende de uma flor
Há sempre um verniz em todas as cores
Há sempre um verniz em todas as dores


Henrique Biscardi

3 comentários:

  1. Eu enunciador desdobra-se em dualidade de vida escondida e mostrada...bonito poema.Vida de fora que imantada puxa pela mão...e aí com razão...as duas se unem..formando esse todo complexo..indexo...dúbio..divino e profano

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  2. Eu simplesmente adorei este texto. Ele todo. Cada verso.
    Beijo, Flá

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