sábado, 1 de outubro de 2011

QUE SEJA


Pensei em lhe escrever algo
Que fizesse mais sentido
Do que o meu eu, assim mordido
De tanta insistência, resistência, clemência, paciência
Para olhar assim, só um pouco,
O Seu sorriso

Ainda que, com a luz apagada,
Penso caminhar distancias
Distancias que são marcadas
Pegada a pegada,
Dor e pulsação
Contente e acelerada

E nós aqui, teclando, teclando, teclando
Meu coração quer encontrar os seu
Quer desejar a sua boca,
Gamar no seu sorriso,
Lhe engabelar
Cumprir os seus caprichos

Respirar a sua transpiração,
Inspirar e sonhar
Acordar diante dos seus olhos acanhados
Maldosamente, entranhados no travesseiro
Cuidadosamente assentado,
Forma e esmero

Seu corpo é um poema e minha voz está rouca
Sofrida e abafada pelas intermináveis horas
Loucas,
E permanecemos aqui
Teclando, teclando, teclando

Enquanto o mundo corre lá fora
E esperamos aqui dentro
Uma pausa, um offline
A entrada, um alento
Nesse meio tempo
Tenso

Nas linhas, nas falas, no verbos,
Uma palavra, um verbo
Uma linha, uma virgula, um ponto,
Bate o ponto e o ponto
Mas não bate as horas
De ir ao seu encontro

E continuamos
Teclando, teclando, teclando
E eu aqui imaginando
O que falta para esse nosso encontro?
Que seja carnal , venal, que seja
Que seja. 

Por: Henrique Biscardi

Um comentário: