quinta-feira, 6 de outubro de 2011

FELINA


Estou só em minha luta
Na labuta da noite,
No miado do gato que mia
Na espreita da rua fria,
Esguia, suave amarga mania
De fome, de selva, geria
Gélida boca desatina 
Mentira, sangue e carniça
Na latrina de um mais queria
Toda tola, vã, esperança viva
Que nunca morre, sem valer a vida

Siga em frente em sua teimosa ia
No bailar de versos e poesia,
Resistindo à força a forçosa ira
De mentes perversas e possuídas
Baila esperto por entre fios e lixeiras
Pula, Felino!
Por entre telhados, zinco e telhas
Selvagem, centelha
De fogo, coragem,
Pois não lhe falta amor
Há em você verdade

Preserve, então, a doce eterna magia
Desse sonho que um dia sonhou, eternizar 
Encare a dor que se apressa em via
Se deve acontecer, acontecer ia
Hoje ou qualquer dia
Quem sabe assim, desistiria  
Dessa loucura de ter sete vidas
Quem sabe assim, não mais me veria
Como um vira latas qualquer
Deitado a sua espera
No parapeito de uma janela, de vidro.  


Por: Henrique Biscardi

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