quinta-feira, 14 de abril de 2011

BEIJO

Queria estar próximo, tão próximo
Mas tão próximo  que, vesgos,
Seus olhos envergariam
Como se pudessem enxergar
Algum sentido naquele beijo
Que deixa e me deixa estarrecido
Enlouquecido, esquecido
De quem sou e do que estou a fazer

Queria estar próximo, mas tão próximo
Que meus lábios nem precisariam tocar os seus
E o seu gosto inalado, penetrado
Pelas narinas, instalado
Sentir a sua respiração, o seu rítmo
É tão bom que eu queria, muito.

Queria estar próximo, mas tão próximo
Que nem precisaria te tocar
Para sentir a sua pele roçar na minha
Para desviar-me do inebriante dorso de seu colo perfumado
E me perder nas entranças de suas lançase banhadas
Ancas sensíveis e acanhadas

Queria estar próximo, mas tão próximo
Que nada disso eu precisaria estar dizendo
Você olharia no espelho de meus olhos
E veria a  imensidão de nossas almas, 

Desse encontro 
E do espaço que lhe cabe em minha vida
Os hectares, o verde, as planícies

Queria estar próximo, mas tão próximo
Que seria impossível separar,
Inimáginável distinguir,
Impensável existir algo além de nós
De nosso beijo
Desse momento, eterno
 Beijo.

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